Análise: Os Arrais - Outono

 Oi :) 

Esse blog não viu nenhuma postagem ainda esse ano, e que ano não é meus amigos? Se eu fosse escrever sobre tudo que tenho vivido, eu nem saberia por onde começar. 

Só sei que a vida anda tendo altos e baixos, como diz o pensador contemporâneo, dias de lutas e dias de glória. Dias de lutas bem mais numerosos? Com certeza. Nem lembro dos dias de glória (risos de nervoso). Só sei que quando o negócio pega mesmo, eu gosto de ouvir uma banda que amo muito, Os Arrais! SIM, o post de maior relevância nesse blog foi analisando uma música deles (aproveita e já passa lá, tá aqui do ladinho) e hoje vai mais uma que fala com meu coração e com a minha alma.  

A música que irei analisar é a música Outono. Espero conseguir traduzir com palavras o que meu coração sente todas as vezes que ouço essa canção. 

Eu olho para o monte De onde vem o meu socorro Mas a espera desta vez é diferente, outra vez É mais escura, é mais vazia Hoje a noite é bem mais fria E na Palavra eu fiz morada Achei descanso na jornada, sim

O poeta começa com a referência ao salmo 121, "elevo os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro...". Logo no terceiro verso o uso da conjunção "mas" nos dá a ideia do tamanho da dificuldade enfrentada. Há sempre aqueles momentos que por mais que a fé não esteja totalmente perdida, a montanha realmente parece intransponível. Nessas horas, a espera por algum facho de esperança parece interminável, a noite parece mais escura e o frio dá a ideia de solidão e medo. Nessas horas a Palavra é o único lugar onde há descanso, esperança. Na Palavra podemos encontrar descanso em meio aos caos da vida. 

Provado fui com fogo Mas onde está o ouro? Sei, somente uma fé que se abalou inabalável é

É durante a jornada de fé que somos provados. Muitas vezes parece que as dificuldades são tão duras que parece que passamos pelo fogo, literalmente. E quantas vezes tudo o que podemos contar é com a fé? Com aquilo que os olhos não podem ver agora, e quem sabe nem veremos aqui nessa Terra. Você já se questionou se realmente vale a pena acreditar nas promessas de Deus? Eu já. E é por isso amo esse verso. De todas as vezes que minha fé quis se abalar, mesmo assim permaneci crendo quase que como o ultimo resquício, Deus nunca me desamparou, nunca falhou. Somente em meio aos terremotos que é possível ver a eficácia das construções bem fundamentadas em lugares em que eles são frequentes. Somente uma fé que se abalou, inabalável é.

Irei sim carregar as cicatrizes que irão provar Que estive em batalhas Que ninguém me viu lutar aqui

Esta parte, eu amo tanto que tatuaria  <3 Já pensou se fossem visíveis todas as cicatrizes que trazemos na alma? Quão surpresas as pessoas ficariam de olhar para você? Esse é o tipo de brisa que me faz pensar tanto nessa estrofe. São tantas marcas não vistas, tantas cicatrizes que as pessoas nem imaginam... Coisas profundas, guerras diárias que ninguém pode ver, as vezes ganhamos, e muitas vezes perdemos. Só Deus pode ver as feridas que sangram e só Ele tem o poder de transformá-las em cicatrizes que se tornam as marcas que contam a nossa história.  

Que esta melodia me recorde destes dias Em que mesmo sem sentir Sua presença Eu sei que estava aqui

Esse verso tem um spoiler do próprio compositor, o Tiago dos Arrais. Lembro de em uma entrevista, ele dizendo que sempre há aqueles momentos que o próprio Deus parece "se afastar" de nós. Mas, com fé na mesma palavra do começo da canção, sabemos que Ele nunca nos deixou e nunca nos deixará. Só precisamos nos lembrar disso, porque nos esquecemos fácil. Por isso amo essa canção. Porque sempre que estou triste, na noite mais fria e mais vazia, quando estou no meu quarto chorando e ouvindo essa canção, eu sei que mesmo sem ver, sem sentir... eu sei, Jesus também está ali. 

Se você nunca ouviu, ou se quiser ouvir: 

Outono - Os arrais

Obrigada por ler até aqui! Até a próxima :)